“Centro Espírita “São Luiz Gonzaga” de Itapira foi a primeira denominação do atual Centro Espírita Luiz Gonzaga, e sua fundação se deu em 17 de setembro de 1914, tendo seus estatutos sido aprovados em Assembléia Geral Ordinária realizada em 13 de julho de 1915, cujo resumo, conforme legislação da época, foi publicado no Diário Oficial do Estado em 20 de julho do mesmo ano, dando-se o arquivamento em Cartório no dia 24 do referido mês.
A primeira Diretoria do Centro Espírita, publicado no Diário Oficial foi constituída por: Presidente, José Xavier Nunes – Vice-Presidente, Lino Elias – Primeiro Secretário, Manoel Theophilo Nunes – Segundo Secretário, Zanovello Benjamin – Tesoureiro, Jeronymo José de Moraes. Estes foram pioneiros numa época que não oferecia muita abertura aos espíritas.
Tanto a primeira Diretoria quanto as que lhe seguiram, não arquivaram cópias de atas em Cartório. Isso se deu a partir do ano de 1956, lavradas em livro em poder do Centro e que abarca o período de 17 de abril de 1951 até 11 de maio de 1997, quando principiou a adoção de livro de folhas soltas processado por computador.
Em ata de 20 de março de 1956 encontramos a eleição de membros da Caixa de Assistência ao Necessitados, mantenedora do Asilo Espírita “São Luiz Gonzaga”, que era departamento do Centro. O Asilo e a Caixa de Assistência aos Necessitados foram fundados em 24 de setembro de 1924. Nessa ata constatamos companheiros, já de saudosa memória. São eles: João Brandão Júnior, Ricardo Peres, Sebastião Rodrigues, Conceição Pereira Damas, José Olivo Momesso, José Robles Lopes, Maria Arigoni, Julia Momesso, Luiz Momesso, Hercílio Baiardi, Salim Costa, Valdomiro de Oliveira, Albionti Milan, Adelino Robles Lopes, Florindo Bazzi e Liberato Santiago.
Aos 19 de julho de 1959 os estatutos sofreram as primeiras alterações.
Em 30 de agosto de 1962 foi convocada Assembléia Geral Deliberativa para que fosse nomeada comissão para estudos visando a criação do Ambulatório Espírita “Hilário Silva”, também departamento do Centro, com a aprovação de um anteprojeto de estatutos que ficaria fazendo parte dos estatutos do Centro. A referida Assembléia, realizada no dia 6 de setembro seguinte, aprovou o projeto de estatuto. Nas atas relativas a esse departamento, aparecem outros nomes como: Osvaldo Fausto Grecco, José Coelho Oliveira, Luiz Nicioli Costa, José Pedro Basqani, Idair Cerqueira Leite, Orlando Simionato, Fábio Pimenta e José Carlos de Camargo Ferraz.
Outros nomes aparecem em outros eventos registrados, como: Bento Ferreira, Antonio José de Lima, Benedito Boneli, Nelson Casale de Arruda, Pedro Meneghini, Luiz Pugina, Miguel Costa, Manoel Rodrigues, Virgínia Avancini Nicolai, Benedito Calil, João Maria Stevanato, Jácomo Mandatto, Ariovaldo Caversan, José Eduardo Rocha Pereira, Henrique Tofanello, Virgílio Pugina, João Francisco de Oliveira, Bernardo Pugina, Pedro de Oliveira Mundim, Cleuvanir Brandão, Izabel Machado, Benedito José de Moura, Euclides Fragoso Ortega, Juarez de Moura, José Leone, Olga Passini Brandão, Dionísio Coradi e outros.
No dia 10 de junho de 1971 realizou-se Assembléia Geral Extraordinária destinada à reforma dos estatutos. Dessa Assembléia resultou o desmembramento do Asilo Espírita “São Luiz Gonzaga”, que foi transformado em pessoa jurídica com estatutos próprios, aprovados na mesma Assembléia e passando a denominar-se Casa de Repouso “Allan Kardec”. Como decorrência o Centro passou a denominar-se Centro Espírita “Luiz Gonzaga” de Itapira.
NOTA: Muito embora o nome correto, conforme ata acima citada, seja Centro Espírita “Luiz Gonzaga” de Itapira, a expressão de Itapira nem sempre tem constado de documentos produzidos.
A versão atual dos estatutos data de 20 de maio de 2011, aprovada em AGE e em vias de averbação no Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
A Diretoria atual, eleita em 20 de maio de 2012, é a seguinte: Presidente – Myriam Veiga de Oliveira Santos; Vice-Presidente – Ironildo Boselli, Primeiro Diretor Administrativo – José Antônio Martins; Segundo Diretor Administrativo – Larissa Ribeiro; Primeiro Diretor Financeiro – José Paulo Medina; Segundo Diretor Financeiro – Athos Tonelli.
Nos seus primórdios, 1914, não era fácil ser espírita, pela enorme carga de preconceito que girava em torno da Doutrina e do movimento espírita, vindo de correntes religiosas e do lado policial, este influenciado inclusive pelo segmento médico.
Vem de longa data as perseguições. Registramos, afora as ocorridas na França, a de 9 de outubro de 1861, ocasião em que se consumou o triste Auto-de-Fé de Barcelona, grotesco e derradeiro ato da Inquisição.
O Primeiro Centro Espírita do Brasil, denominado Grupo Familiar de Espiritismo, foi instalado em 17 de setembro de 1865, por Luís Olímpio Teles de Menezes, na cidade de Salvador, na Bahia, provocando imediata reação da Igreja, através de Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira, Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil.
Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publica o opúsculo O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, contendo páginas extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos. Diante dos ataques citados Luís Olímpio escreve carta aberta em defesa do Espiritismo.
A data de 28 de agosto de 1881 registra a perseguição oficial ao Espiritismo. Nos periódicos O Cruzeiro e Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, foi anunciada a ordem policial proibindo a fundação da “Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e dos Centros filiados.
A partir de 1890, um movimento liderado por médicos, apoiados por juristas, resultou em mais perseguição ao Espiritismo. Dada a assistência proporcionada pelas casas espíritas, os médicos consideraram que a Doutrina estava praticando ilegalmente a medicina
E mais, para os médicos da época, o Espiritismo era uma fábrica de loucos.
A própria Federação Espírita Brasileira foi fechada por duas vezes, em 1937 e 1941, por Portarias expedidas pelo Chefe de Polícia, exigindo que as instituições espíritas tivessem registro no Departamento de Polícia para obterem permissão de funcionamento.
No entanto, graças à coragem das convicções, foram plantadas as sementes de todas as instituições, incluindo a que hoje nos acolhe, tendo, ao longo do tempo, auxiliado miseráveis, consolado aflitos e procurado devolver aos que aqui aportaram, razão de viver.
Os espíritas deixaram para os adversários a cólera e a calúnia para guardarem a moderação e a dignidade, aliadas à fé e ao trabalho.
Daqui saíram elementos que se projetaram em Itapira e em outras plagas, brilhando como líderes, escritores, médiuns, expositores etc. Aqui nasceu a Fundação Bairral, hoje com projeção que já varou fronteiras nacionais, aqui nasceu a Casa de Repouso Allan Kardec, o S.O.S, o extinto Ambulatório Hilário Silva, aqui nasceu a Mocidade Espírita de Itapira, que também projetou membros de valor no movimento e hoje elogiada pelos oradores que nos visitam”.